domingo, 25 de novembro de 2007

Tintin- conspiração


No outro dia, estava com uns colegas na biblioteca a falar sobre tudo e mais alguma coisa, quando surge esta conversa. É entre mim e um amigo americano, o Taylor, que fez um intercâmbio.

Eu: Hey Taylor, do you know Tintins comics?
Taylor: No! What's that?
Eu: It's this. (mostrando-lhe uma Bd que para lá havia).
Taylor: Oh, I've heard about this. Let me see the drawing.
Eu: Ok. That's "Tintin in Congo".
Taylor: Oh my god, this is so racist, look how the black people are represented.
Eu: Ahahahahha! You're right, never thought about that.
Taylor: They look like monkeys!
Eu: Yeah! And what else do you think?
Taylor: That this is a Racist and religious BD!
Eu: Religious?
Taylor: Of course! Look, in the end, they found a golden cross.
Eu: But i think it's just on that one!
Taylor: No! Look at this one. Muslims, Israel... jerusalem...holy town!
Eu: Ahahahahahhahahahhahahha!
Taylor: This is like an underground revolution against Blacks and not religious people.
Eu: Of course! When one member of the group want to know what's the next act or the password, they read the most recent Tintin comic to keep themselves updated!
Taylor: Aahahahhahahah!

Enfim horas de almoço a dar largas à imaginação. Boas gargalhadas! Quem disse que os americanos não têm sentido de humor!
Ainda vai chegar o dia que vai haver um atentado qualquer e, como símbolo vão ter a cara do Tintin!

terça-feira, 13 de novembro de 2007

Actualidades...

Um poema de Fernando Pessoa, que retrata também, o que poderá ser uma actualidade, assim como o era nos tempos do poeta. Afinal as aulas de português até servem para alguma coisa, chegando também à conclusão de que o Fernando Pessoa vivia neste mundo e não só no dos heterónimos. Já andava há algum tempo, por volta de um mês, para pôr aqui o poema.

O Menino Da Sua Mãe

No plaino abandonado
Que a morna brisa aquece,
De balas trespassado
- Duas, de lado a lado-,
Jaz morto, e arrefece.

Raia-lhe a farda o sangue.
De braços estendidos,
Alvo, louro, exangue,
Fita com olhar langue
E cego os céus perdidos.

Tão jovem! que jovem era!
(Agora que idade tem?)
Filho único, a mãe lhe dera
Um nome e o mantivera:
"O menino da sua mãe".

Caiu-lhe da algibeira
A cigarreira breve.
Dera-lhe a mãe. Está inteira
E boa a cigarreira.
Ele é que já não serve.

Da outra algibeira, alada
Ponta a roçar o solo,
A brancura embainhada
De um lenço... Deu-lho a criada
Velha que o trouxe ao colo.

Lá longe, em casa, há a prece:
"Que volte cedo, e bem!"
(Malhas que o Império tece!)
Jaz morto, e apodrece,
O menino da sua mãe.