quinta-feira, 27 de setembro de 2007

Mumia Abu-Jamal


Queria desde já agradecer ao meu amigo João por me ter dado a conhecer este caso de injustiça e corrupção que me passou completamente ao lado.
De certo que alguns já conhecem, mas para quem desconhece o caso deste jornalista, tenho o "gosto" de apresentar mais um polémico acto injustiça do governo dos Estados Unidos.
Só preciso de mostrar os factos, eles falam por si.

Mumia Abu-Jamal, pseudónimo de Wesley Cook é um ex integrante do Partido dos Pantera Negras que se tornou jornalista. Tornou-se popular com o seu programa de rádio "A voz dos sem-voz". Nos anos 70, passou a fazer parte de uma lista do FBI de pessoas que “ameaçam a segurança dos Estados Unidos”, acabando assim por ser várias vezes ameaçado pelas autoridades.
Mumia foi preso a 9 de Dezembro de 1981, sob a acusação de ter assassinado um oficial da polícia. Ao longo de 20 anos de uma incessante batalha judicial e apesar da constatação de inúmeras irregularidades do seu processo, a data da execução foi várias vezes marcada e mais tarde suspensa. Tornou-se assim o único prisioneiro político dos Estados Unidos condenado à morte.
Segundo várias testemunhas, tudo começou quando Jamal tentou ajudar o seu irmão, que estava a ser espancado pelo tal oficial. Havia um outro homem, não identificado, no meio da briga. Houve muita confusão, gritos e tiros. Quando os outros polícias chegaram ao local, Jamal estava ferido e o polícia morto. As mesmas testemunhas declararam ter visto o homem não identificado (que não se parecia com Jamal) a fugir do local.
Começam as irregularidades: nenhuma perseguição ou busca foi feita na hora pela polícia. A arma que foi encontrada com Jamal não poderia ter disparado as balas que mataram o polícia. Nenhum exame de balística foi efectuado para saber se a arma de Jamal tinha sido utilizada. Nenhuma das testemunhas que saíram em sua defesa foi incluída no processo e, inclusive, algumas das testemunhas asseguraram que a polícia os havia intimidado para que eles mudassem o seu testemunho. O júri só foi formado após a remoção de onze negros perfeitamente qualificados e ainda lhe foi negado o direito de fazer a sua própria defesa. Como cereja no topo do bolo, o juiz que presidiu o processo declarou publicamente a sua hostilidade em relação a Jamal devido ao seu histórico como militante. Histórico este, que foi usado contra o próprio Jamal durante a acusação.
A promotoria não apresentou nenhuma prova material das suas acusações. Em contrapartida, foi comprovada a prática de intimidação de testemunhas. Segundo esta, Jamal teria confessado no hospital a autoria da morte do polícia (mesmo tendo o médico de Jamal negado ter ouvido tal coisa). Foi apresentado um relatório assinado pelo policial Gary Wakshul (que fez a guarda do réu)que diz que “o negro nada comentou”. Quando a defesa o convocou , a promotoria alegou que ele estava de férias e fora de alcance. O juiz não aceitou esperar pelo seu regresso. Hoje sabe-se que ele estava em casa.
Já foi pedido novo julgamento através de vários protestos e mesmo a pedido de várias organizações mundiais, tal como a ONU. Mas este não lhe foi concedido.
Os Estados Unidos são apresentados, no quadro da ONU, como o maior obstáculo político à abolição total da pena de morte.
Contudo isto, Mumia Abu-Jamal ainda se mantém vivo e em 1995, com a oposição de várias forças políticas, lançou um livro com o nome de "Live from Death Row".

É preciso dizer mais alguma coisa? Onde anda a justiça que todos prometem?
Ao menos espero que o Obama seja racional e, que se ganhe as eleições, liberte este homem ( entre muitas outras coisas).

Fontes: baseado, wikipédia

1 comentário:

Anónimo disse...

Fiquei aqui a conhecer esta história de vida em que é bem evidente a forma como nos EUA se "defendem" os direitos humanos e se fazem julgamentos e se condenam pessoas de forma absolutamente "imparcial". Que injustiça inaceitável!

Se olhassem mais para os seus próprios problemas e menos para os que eles consideram ser os problemas dos outros, talvez as coisas fossem diferentes nos EUA.

Mas assim..."Bem prega Frei Tomás, faz como ele diz, não faças como ele faz!